sábado, 6 de setembro de 2008

Será que o Licenciamento já aprendeu o que é Educação Ambiental?

Será que a turma da Educação Ambiental do Governo Federal vai conseguir dialogar com o Licenciamento Ambiental do MMA e convencê-los destas informações, produzidas no MESMO governo?

Leiam trechos do material didático Mudanças Ambientais Globais: Pensar + Agir na escola e na comunidade, publicação do Ministério do Meio Ambiente e do Ministério da Educação do Governo Federal, preparatório para as Conferências de Meio Ambiente na Escola:


http://portal.mec.gov.br/secad/CNIJMA/arquivos/reflexao_desafio.pdf

Uma educação que se propõe a fomentar processos continuados, de forma a possibilitar o respeito à diversidade biológica, cultural, étnica, juntamente com o fortalecimento da resistência da sociedade a um modelo devastador das relações de seres humanos entre si e destes com o meio ambiente.”

(Czapski, Silvia, 2008. Reflexões, Desafios e Atividades: Mudanças Ambientais Globais: Pensar + Agir na escola e na comunidade, Brasília. Pg. 1)


http://portal.mec.gov.br/secad/CNIJMA/arquivos/agua.pdf

geração de energia. A maior parte da energia elétrica produzida no Brasil vem de hidrelétricas (84%). Só que, como outras formas geração de energia, esta tem impactos negativos, sociais e ambientais, sobretudo caso das grandes usinas hidrelétricas. Na etapa da construção, as grandes barragens mudam cursos de rios e alagam grandes áreas, fazendo submergir matas ciliares florestas com toda sua biodiversidade, áreas agrícolas, sítios arqueológicos – se houver – e, às vezes, deslocando cidades inteiras, fazendo com que moradores tenham que abandonar seus lugares, memórias, casas. Após a formação do reservatório, a decomposição da vegetação submersa pode provocar a eutrofi zação das águas (aumento nutrientes e redução do oxigênio), que gera a emissão de CO2 e metano (CH4) na atmosfera, dois gases estufa. E há uma tendência ao assoreamento (depósito de sedimentos) de rios represados. Depois, a transmissão de energia gera perdas dessa energia, como em todos os casos de produção muito distante do local de consumo. Pequenas centrais hidrelétricas, em geral construídas perto do local de consumo, costumam ser menos impactantes. Ao economizar eletricidade, também ajudamos a evitar a construção novos empreendimentos para gerar energia, portanto, também seus impactos.

(Czapski, Silvia, 2008. Água: Mudanças Ambientais Globais: Pensar + Agir na escola e na comunidade, Brasília. Pg. 7)


bacias hidrográficas

Bacia hidrográfica é uma área da superfície terrestre que alimenta uma rede de rios. Ela é delimitada pelos pontos mais altos do relevo, como morros, montanhas e serras, chamados divisores de águas. Como a água das muitas nascentes, dos córregos e das chuvas tende a correr para os declives, no caminho das águas formam-se rios secundários que desembocam no rio principal, em um ponto mais baixo da paisagem. Em outras palavras, as entradas de água da bacia hidrográfi ca são as chuvas e o afloramento de água subterrânea. As saídas ocorrem pela evaporação, pela transpiração das plantas e dos animais, bem como pelo escoamento das águas superficiais (rios e córregos) e subterrâneas. As bacias hidrográficas, assim como os biomas, criam um novo conceito de fronteira – aquele que segue limites desenhados pela natureza e não os político-administrativos dos municípios, estados, países. Algumas bacias são transfronteiriças e compartilhadas, como a Bacia do Rio Amazonas, que abrange sete países! Se pesquisarmos de onde vem a água que usamos em casa, na escola, no trabalho, perceberemos que vem de uma bacia hidrográfi ca. E que compartilhamos essa água com outros seres vivos: plantas, aniais... e os seres inanimados, como as pedras e a terra. Ter consciência disso é fundamental para a construção do processo de identidade com o ambiente onde vivemos. Passamos a entender melhor que aquilo que acontece à montante (rio acima) pode ter impacto também à jusante (rio abaixo). Que o que alguém faz num ponto do curso de água pode afetar todos, até a foz do rio e mesmo os mares e oceanos para onde as águas correm. Como, então, obter um consenso entre os habitantes de uma bacia hidrográfica, garantindo que os direitos de todos sejam respeitados?

(Czapski, Silvia, 2008. Água: Mudanças Ambientais Globais: Pensar + Agir na escola e na comunidade, Brasília. Pg. 14)


lei das águas

No Brasil, com a promulgação da Lei das Águas (Lei 9.433, de 1997), as bacias hidrográficas tornaram-se a base da gestão do uso sustentável das águas. A partir dessa lei, dá para planejar melhor as políticas e ações que garantam os variados usos, e também a conservação e a recuperação das águas, quando necessário. A lei previu a formação de Comitês de Bacia em cada bacia hidrográfica. São coletivos compostos por representantes dos diferentes setores – governo, sociedade civil organizada e usuários de água (empresas, agricultores...) –, onde se decide em conjunto sobre os usos da água. Através de reuniões, os participantes estudam a situação do momento para corrigir os maus usos, evitar – quando necessário – os abusos e maiores benefícios de alguns, para garantir os direitos dos demais. O desafio é atender a todos os usos sem prejudicar a disponibilidade das águas para as próximas gerações.

(Czapski, Silvia, 2008. Água: Mudanças Ambientais Globais: Pensar + Agir na escola e na comunidade, Brasília. Pg. 15)


REGIÃO HIDROGRÁFICA ATLÂNTICO SUDESTE

Bioma: Remanescentes de Mata Atlântica.

Mais dados: Ocupa 2,7% do território nacional, com 15,1% da população do país. Seus principais rios são: Doce, Paraíba do Sul, Ribeira do Iguape, São Mateus. A vazão média representa 2,1% do total do país e chove, em média, 1.339 mm por ano.

(Czapski, Silvia, 2008. Água: Mudanças Ambientais Globais: Pensar + Agir na escola e na comunidade, Brasília. Pg. 16)


na bacia hidrográfica:

Denunciar as práticas ilegais de ocupação do solo, bem como as queimadas, que transformam florestas em pastos ou plantações, com risco de desencadear processos de desertifi cação.

Exigir o cumprimento da lei de preservação das matas ciliares (no mínimo 30 metros em cada margem de rio) e das Áreas de Preservação Permanente – APPs (topos de morro, margens de rios).

Diversificar as fontes de energia limpas e renováveis como a solar, a eólica (dos ventos), do biogás e dos biocombustíveis, reduzindo a pressão sobre as usinas hidrelétricas.

Utilizar para a navegação só aqueles rios que não necessitem de obras de canalização ou barragens, para não gerar impactos irreversíveis sobre a capacidade de escoamento das águas e a sustentabilidade dos ecossistemas locais.

(Czapski, Silvia, 2008. Água: Mudanças Ambientais Globais: Pensar + Agir na escola e na comunidade, Brasília. Pg. 19)

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