Continua o acampamento na sede da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), em Fortaleza/CE. A ocupação ocorreu ontem (12) com 600 pessoas de três grandes barragens do Ceará, Castanhão, Figueiredo e Aracoiaba. Com o acampamento, os atingidos conseguiram uma audiência com os órgãos do governo (INCRA, DNOCS, Secretaria de Desenvolvimento Agrário e Secretaria de Recursos Hídricos). A audiência iniciou hoje pela manhã, mas foi cancelada pois o MAB só negociaria com a presença do diretor geral do Dnocs, que chegou a tarde, quando a reunião foi retomada. Segundo a coordenação do Movimento, as reivindicações são históricas e nunca foram atendidas. Entre elas estão, cadastro das pessoas sem terra, atingidos e meeiros, acesso à água, cisternas de placa, entre outros.
Iniciou hoje no município de Itapiranga (SC), um encontro com os atingidos pela barragem de Itapiranga que está projetada para o rio Uruguai, na divisa entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os atingidos estão debatendo sobre o setor energético e a situação atual da barragem. A previsão é que amanhã será realizado um ato público na cidade “em defesa da natureza, do povo e pelo desenvolvimento sem barragem”.
Ainda em Itapiranga, ontem os agricultores expulsaram das comunidades seis técnicos que estavam realizando levantamentos para a construção da obra. Eles estavam em duas caminhonetes e se identificaram como funcionários da Desenvix, Ecsa e empresa Legtop. Então foram conduzidos até a prefeitura de Itapiranga onde encaminharam um documento a Brasília manifestando que os agricultores não querem a barragem. Para os representantes do Movimento, “as empresas devem respeitar os interesses da população, não podem invadir as propriedades de agricultores que moram a décadas na região e produzem a riqueza para o país”.
Mais de 200 pessoas participam, hoje e amanhã (13 e 14), do Seminário dos Atingidos pela Mineração, que acontece em Congonhas/MG. O seminário é organizado pelo MAB e demais organizações e tem como objetivo é reunir as famílias prejudicadas pelos projetos de exploração de minério na região, situação agravada com a implantação das siderúrgicas das empresas francesa, Valorec, e japonesa, Sumitomo, em Jeceaba/MG e pela expansão da CSN em Congonhas.
Também na manhã de hoje, os atingidos pelas barragens de Jirau, Santo Antônio e Samuel fizeram uma marcha até a Ceron, distribuidora de energia do Estado. Lá, eles entregaram dezenas de autoclarações exigindo a Tarifa Social de Energia, que toda família que consome até 220 KW/h tem direito a acessar. Os manifestantes estavam acampados desde o dia 10, segunda-feira, ao lado do canteiro de obras da barragem. Eles cobram a solução imediata dos inúmeros problemas que as barragens estão causando e já causaram, como no caso da barragem de Samuel, construída pela Eletronorte durante a década de 80 e que expulsou centenas de famílias de suas terras.
Em Estreito, na divisa entre o Tocantins e o Maranhão, centenas de atingidos estão acampados em frente à Usina Hidrelétrica de Estreito há 23 dias. Eles exigem que as empresas Camargo Corrêa, Alcoa, Vale e a Suez-Tractebel, donas da barragem, reconheçam os pescadores, meeiros e indígenas como atingidos por barragens e solucionem os problemas causados pela obra.
Já no RS, o acampamento que teve início ontem em Pinhal da Serra, hoje foi reforçado com a chegada de dezenas de agricultores de vários municípios da bacia do rio Uruguai. Agora a tarde já somam 1000 agricultores. Um dos objetivos do acampamento é debater sobre os direitos da população e pressionar para o encaminhamento das reivindicações, entre elas o direito à água, luz e tarifa social, defesa, preservação e recuperação do meio ambiente, perdão da dívida aos agricultores até 10 mil reais e crédito especial de R$ 2.500,00 por família para a produção de alimentos. Na manhã de hoje parlamentares de Santa Catarina e Rio Grande do Sul estiveram falando do código ambiental e esclarecendo as dúvidas devido às mudanças previstas para o mesmo. E durante a tarde chegaram prefeitos e vereadores de vários municípios dos dois estados, além de entidades da região.
Em Porto Alegre, cerca de 1000 agricultores do MAB e demais trabalhadores Via Campesina, depois de ocuparem no dia 11 o pátio do ministério da Fazenda e acamparem no Parque Harmonia, na manhã de hoje saíram em marcha rumo a sede do Incra onde fizeram um ato público para reivindicar reforma agrária.
Em Brasília o acampamento nacional continua, dele participam cerca de 200 atingidos por barragens de Tocantins, Goiás e Minas Gerais. Hoje os manifestantes fizeram uma marcha até a sede do Incra Nacional. O MAB reivindica assentamento para filhos de assentados de reassentados.
Setor de Comunicação - MAB
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