terça-feira, 24 de novembro de 2009

EM EMOCIANANTE CELEBRAÇÃO, MOAB COMPLETA 20 ANOS DE RESISTÊNCIA

Sábado, 21 de Novembro de 2009

A celebração teve início com uma mística no Porto de Iporanga, às margens do nosso grande rio...
Em memória daqueles que morreram pelo Ribeira de Iguape!

Terra Sim! Barragem Não!

Com certeza ecoaremos isto ainda por muitos e muitos anos!

Vejam as 12 fotos abaixo...

TOM, JOVEM LUTADOR PELAS CAUSAS DO VALE DO RIBEIRA, FAZ UM HISTÓRICO DA REGIÃO


TODAS AS COMUNIDADES NEGRAS DO VALE DO RIBEIRA SÃO APRESENTADAS


COMUNIDADES QUILOMBOLAS - 20 ANOS DE RESISTÊNCIA E LUTA CONTRA BARRAGENS NO RIBEIRA


UMA LINDA COMPOSIÇÃO APARECE PARA HOMENAGEAR O MOAB


QUANDO ESTA LUTA COMEÇOU, TINHA NO MEIO IRMÃ SUELI - 25 ANOS DE VIDA PASTORINHA


OS NOMES DAQUELES QUE MORRERAM EM DEFESA DA LIBERDADE DO POVO DO VALE DO RIBEIRA


JUVENTUDE... PRESENTE!


DIVERSAS APRESENTAÇÕES DE UMA GRANDE DIVERSIDADE DE COMUNIDADES...


COMEÇA O FORRÓ


IRMÃ SUELI COMEMORA OS 25 ANOS DE VIDA PASTORINHA COM A IRMÃ ÂNGELA


25 anos de luta, seriedade e transmitindo alegria e confiança às comunidades quilombolas

VEREADOR ZÉ RODRIGUES EMBALA A FESTA!


O Cenário também contribuiu para a alegria do dia... e da noite!

DEPOIS DE MUITA EMOÇÃO, O FORRÓ ROLOU NOITE ADENTRO...


segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Quilombolas perseguidos por Aracruz Celulose

Mais um triste episódio para indignar e marcar com o carimbo da violência a histórica lutas dos quilombolas capixabas.

Ontem, 11/11/2009, um comando de aproximadamente 100 militares chegou pela manhã na comunidade quilombola de São Domingos (Conceição da Barra/ES) para perseguir os quilombolas lá residentes, dizendo estar cumprindo um mandado de busca e apreensão, em que pese não ter sido apresentado às familias quilombolas nenhum mandado judicial.

A ilegal, abusiva e autoritária operação militar resultou na detenção de 30 trabalhadores quilombolas, que algemados e lançados nos camburões, foram conduzidos à delegacia local, onde passaram o dia inteiro, com sede e fome, sendo interrogados sobre supostos furtos de madeira (restos de madeira deeucalipto) consoante inquérito instaurado a pedido da empresa FIBRIA (ex-Aracruz Celulose).

Protestando, porque indignada com a truculênta operação, uma adolecente, filha de quilombolas, foi agredida fisicamente por um militar com um tapa no rosto, sob ameaça de ser conduzida à delegacia por desacato a autoridade.

Retransmito esta informação aos companheiros para que ganhe eco Brasil afora, para que a indignação ganhe força e, assim, fortaleça os espíritos combativos do povo quilombola.

Abraços
Roberto Rainha - advogado
Rede Social de Justiça e Direitos Humanos

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

UHE Belo Monte suspensa!

11.11.2009
Justiça Federal ordena suspensão do licenciamento de Belo Monte

http://www.mabnacional.org.br/noticias/111109_belomonte.html

As quatro audiências públicas realizadas para a construção da barragem de Belo Monte foram insuficientes para esclarecer a população sobre os riscos da obra. Frente a isso a Justiça Federal em Altamira ordenou a suspensão do licenciamento da hidrelétrica e a realização de novas audiências para ampliar o debate com as comunidades atingidas.

A determinação foi expedida ontem pelo juiz Edson Grillo, que responde pela Vara Federal de Altamira. Segundo ele “a audiência pública não pode ser considerada mero ato ritualístico encartado no procedimento de licenciamento ambiental. Deve ostentar a seriedade necessária, a fim de que possa fielmente servir à finalidade para a qual foi criada que, no caso presente, é informar custos, benefícios e riscos do empreendimento, propiciando o debate franco e profundo com as populações envolvidas”.

A decisão recai sobre a alegação de que o Ibama limitou as audiências a apenas quatro municípios, quando serão atingidos diretamente pela obra nove municípios, fato que limitou drasticamente a participação das comunidades. A Justiça não anulou as audiências realizadas até agora, mas está cobrando a realização de outras 27 audiências públicas na região.

Além do Ministério Público, da Justiça Federal e dos movimentos sociais, que questionam a viabilidade da obra, o bispo de Altamira, Dom Erwin Kräutler, sistematicamente tem condenado Belo Monte. Ele afirma que o modelo de desenvolvimento das obras do PAC abrem todo o espaço para o capital e fala a partir de sua experiência de vida: “Tenho absoluta certeza de que na dimensão socioambiental os estudos elaborados deixam muito a desejar e carecem de um maior aprofundamento, pois não se trata de máquinas e diques, de paredões de cimento e canais de derivação, mas de pessoas humanas de carne e osso, que conheço, de mulheres e homens, crianças, adultos e idosos, que sofrerão os impactos”.

Em carta enviada ao presidente do IBAMA, Roberto Messias Franco, o bispo alerta: “Parece-me que até esta data somente as considerações e análises do setor energético do Governo estão sendo levadas em conta e pesam. No entanto há cientistas de renome nacional e internacional, estudiosos e peritos que se manifestam opostos às ponderações daquele setor e comprovam cientificamente a inviabilidade socioambiental e até financeira do projeto”.

Ao falar dos estudiosos e peritos, ele se refere ao relatório publicado recentemente por um painel de especialistas que condenaram a usina de Belo Monte depois de se debruçar sobre o estudo de impacto ambiental. A condenação é sobre as sérias conseqüências ambientais, viabilidade econômica, ameaça à biodiversidade e problemas técnicos - a pouca energia efetivamente gerada diante da potência instalada: a energia firme é apenas 39% do total.

Os pesquisadores Sônia Magalhães e Francisco Hernandez denunciam que a onda de discursos dos defensores da barragem sobre a viabilidade do projeto é falsa e destacam como paradigmática a situação da Volta Grande do Xingu, considerada pelo Ministério do Meio Ambiente como área de importância biológica extremamente alta: “Se construída a barragem, essa área poderá sofrer uma redução drástica da oferta de água e do lençol freático, comprometendo os modos de vida dos povos indígenas Juruna, Arara e Xikrin e de milhares de famílias ribeirinhas e destruindo toda a floresta de seu entorno e toda a biodiversidade aquática e terrestre, incluindo espécies e cavernas que não foram estudadas. Nem sequer há estudos que possam avaliar completamente o que ali acontecerá, pois o EIA não os fez. Ademais, nenhum centímetro quadrado dessas terras é assumido pelos empreendedores como área diretamente afetada”, declararam os pesquisadores.

Para o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), além do belo monte de problemas, a barragem traz consigo um belo monte de questionamentos e outras tantas confirmações, como a intensificação dos projetos de barragens na Amazônia para saqueio dos recursos naturais, geração de energia para as eletrointensivas como a Vale e a Alcoa, criação de hidrovias e escoamento das monoculturas do agronegócio e, assim como as barragens no Rio Madeira, a barragem de Belo Monte e todas as outras em construção ou projetadas fazem parte de um mesmo plano: servir aos interesses dos capitalistas que vêem no Brasil, e principalmente na Amazônia, uma grande fonte de lucros.

Com informações da Assessoria de Comunicação da Procuradoria da República no Pará.
Setor de Comunicação - MAB

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Era das Catástrofes

Antropoceno, a era da destruição
25/09/2009 14:41:28

http://www.cartacapital.com.br/app/materia.jsp?a=2&a2=6&i=5132

Rogério Tuma

A revista Nature, a mais prestigiosa publicação científica mundial, publicou na sua edição de 24 de setembro um manifesto assinado por 29 cientistas mundiais. O grupo avisa que as atividades diárias dos 6 bilhões de humanos resultam por si em uma força geofísica capaz de mudar completamente a Terra, equivalente às grandes forças da natureza. Parece um assunto meio batido, mas, no intuito de anunciar cientificamente o Dia do Juízo Final, o grupo descreve limites biofísicos que, se ultrapassados, gerariam enormes catástrofes.

Para os cientistas, esses limites são bem definidos e podem ser quantificados em cada área de interferência humana: poluição química, mudança climática, acidificação dos oceanos, perda do escudo de ozônio na atmosfera, ciclo do nitrogênio, ciclo do fósforo, uso de água doce, mudança do solo, biodiversidade e sobrecarga de aerossóis na atmosfera.

Em três deles os limites de sustentabilidade já foram ultrapassados. Os humanos mudaram o clima, aumentaram demais os resíduos orgânicos de nitrogênio e ameaçaram ou extinguiram tantas espécies que a natureza não consegue mais recuperar essas alterações sem apoio.

Outros seis limites de sustentabilidade poderão ser ultrapassados nas próximas décadas se nada for feito, mas a pergunta fundamental é: quanto a Terra consegue suportar antes que a vida humana se torne inviável em nosso planeta? Um dos coordenadores do estudo, Diana Liverman, da Universidade do Arizona e também da Universidade de Oxford, explica que o principal intuito desse manifesto é estimular estudos que identifiquem até quanto nosso planeta pode aguentar nossas trapalhadas e como interromper esse processo antes que seja tarde demais.

A cientista explica que hoje podemos quantificar algumas dessas agressões e o limite que a Terra pode suportar, mas existe sempre uma interação entre os fatores que potencializam as ações agressoras. Como, por exemplo, a extinção de espécies acaba por interferir na reserva de carbono, uso do solo, da água e assim por diante. Alguns números a comunidade científica conhece. Os limites de extinção de espécies que a natureza poderia compensar anualmente é de dez espécies por milhão de existentes. Antes da Revolução Industrial, o número era de 0,1 espécie extinta. Agora atinge a marca anual de cem espécies extintas por milhão existente.

Johan Rockstrom, da Universidade de Estocolmo, coordenador do estudo, acredita que o manifesto dá números cruciais que podem ser utilizados nos acordos antipoluição entre nações e avisa que, se não agirmos longe desses limites já conhecidos, o fim estará próximo. Mas se os respeitarmos teremos ainda séculos e séculos de feliz existência.