sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Notícia sobre o 14 de agosto no Jornal Regional

Jornal Regional
Registro, 21 de agosto de 2009

BASTIDORES
Flávia Domingues & Mônica Bockor

Manifestação

Na manhã da sexta-feira passada, 14, o Vale do Ribeira também participou da Jornada Nacional de Luta que representantes do movimento popular e sindical e do MST promoveram em diversas cidades do País, reivindicando manutenção dos empregos e direitos sociais e melhores salários. Na região, o protesto ocorreu na praça do pedágio da BR-116, em Cajati. Com bandeiras e faixas, os manifestantes liberaram, por quase 2 horas, a passagem dos veículos pelo pedágio, protestando contra a cobrança da taxa, a construção da barragem de Tijuco Alto no Rio Ribeira de Iguape, do presídio na região, as monoculturas do pinus e do eucalipto, as mineradoras e, ainda, o monopólio no serviço de transporte regional. Em frente à multinacional Bunge, os participantes reivindicaram a despoluição das águas do Rio Jacupiranguinha.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

14 de Agosto - TERRA SIM! BARRAGEM NÃO! na Jornada Nacional de Lutas contra os efeitos da Crise Econômica no trabalhador


14 de Agosto - Manifestantes ocupam de forma irreverente e pacífica o pedágio da transnacional espanhola OHL em Cajati


14 de Agosto - Nunca recuar diante do inimigo!


14 de Agosto - A euforia toma conta dos manifestantes!


14 de Agosto - Uma manifestação pacífica ocupa a praça de pedágio em Cajati


14 de Agosto - Intersindical presente! Um instrumento de luta da classe trabalhadora a serviço de toda a população


14 de agosto - Tem início a caminhada


14 de Agosto - E fica a mensagem... PRESÍDIO SÓ PARA OS DONOS DE PEDÁGIO!


14 de Agosto - Carros e Caminhões acompanham a Marcha contra a exploração no Vale do Ribeira!


14 de Agosto - Fim ao Monopólio da InteR$ul no Vale do Ribeira!


14 de Agosto - Passo a passo, a caminhada engrossa em direção a Cajati


14 de Agosto - Educação e Saúde, Sim! Presídio e Barragem no Vale do Ribeira, Não!


14 de agosto - Por onde passa, a caminhada atrai as pessoas com sua alegria


14 de agosto - Não tem distância, nem sol que segure a indignação


14 de agosto - Quilombolas e ribeirinhos protestam contra a poluição do Rio Jacupiranguinha pela Bunge




terça-feira, 25 de agosto de 2009

Mobilização em Cajati ainda repercute...

Movimentos Sociais protestam contra barragens no Vale do Ribeira, SP [18/08/2009 18:39]

http://www.socioambiental.org/nsa/detalhe?id=2939

Foi durante a Jornada Nacional de Lutas, sexta-feira última (14/8), quando centenas de pessoas fizeram uma manifestação na praça do pedágio do km 485 da Régis Bittencourt, na altura do município de Cajati (SP). Além do protesto contra a ameaça de barragens no Rio Ribeira de Iguape, estavam na pauta reivindicações nacionais como a redução da jornada de trabalho sem redução de salários.

Manifestantes na praça do pedágio da Régis Bittencourt durante a Jornada Nacional de Lutas
A manifestação no Vale do Ribeira foi organizada pelo Movimento dos Ameaçados por Barragens (Moab), pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), pelo MST, Via Campesina e Intersindical e contou com ampla participação de quilombolas, caiçaras e agricultores familiares. Na parte da manhã, eles ocuparam a praça do pedágio que é administrado pelo grupo espanhol Obrascón Huarte Laín (OHL)no km 485 da BR-116, na altura do município de Cajatí (SP). Em seguida, caminharam pela estrada e protestaram em frente à sede da Bunge Fertilizantes S/A, unidade extratora de minérios, em Cajatí, considerada por eles uma das responsáveis pela poluição do Rio Ribeira.

Além das bandeiras de luta nacionais, os moradores do Vale divulgaram uma pauta de reivindicações específicas, a saber:

 arquivamento do projeto de construção de Tijuco Alto;
 retirada de outros projetos de usinas na região (Itaóca, Funil e Batatal);
 redução das monoculturas de pinus, eucalipto e banana;
 respeito ao Código Florestal e recuperação da mata ciliar;
 recuperação das águas e solos contaminados por metais pesados;
 abandono do projeto de construção de presídio no Vale do Ribeira;
 comprometimento dos prefeitos(as) pela não municipalização do ensino público estadual;
 fim do monopólio no transporte regional;
 fortalecimento da agricultura familiar e valorização da cultura local;
 consulta à população em relação a qualquer empreendimento que venha a impactar o meio ambiente e a população local.

Saiba mais sobre a Campanha contra barragens no Vale do Ribeira.

ISA, Instituto Socioambiental.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Construção de Barragem aumenta casos de Malária no Rio Madeira

15/08/2009 - 10h01

Malária aumenta 63% em distrito de Porto Velho por causa de construção de usinas

http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2009/08/15/ult5772u4961.jhtm

Sabrina Craide
Da Agência Brasil Em Brasília

A construção da Usina Hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira (RO), fez com que o número de casos de malária no distrito de Jaci-Paraná aumentasse 63,6%. De acordo com o Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental de Porto Velho, de janeiro a julho de 2008 foram registrados 931 casos de malária na localidade e, no mesmo período deste ano, o número subiu para 1.524.

Segundo a diretora do departamento, Rute Bessa, os números podem ser explicados pelo aumento da população do distrito, que praticamente triplicou desde o início das obras da hidrelétrica. "As pessoas que trabalham na hidrelétrica de Santo Antônio [também no Rio Madeira], devido à proximidade, moram na cidade. Em Jaci Paraná, os trabalhadores da hidrelétrica de Jirau ficam num alojamento no local das obras, então acabou aumentando muito a população do distrito", explicou. Jaci-Paraná fica a cerca de 60 quilômetros de Porto Velho.

A diretora ressaltou ainda que, apesar da expansão da doença no distrito, em todo o município de Porto Velho houve uma redução de cerca de 9% nos casos de malária, se comparados os primeiros sete meses do ano passado com o mesmo período deste ano. De janeiro a julho de 2008 foram registrados 12,8 mil casos, e neste ano foram 11,6 mil registros da doença.

A Energia Sustentável, concessionária responsável pela Usina de Jirau, informou que realiza sistematicamente ações de educação em saúde e mobilização social para informar os trabalhadores e a população sobre a doença. Também são desenvolvidas ações preventivas como treinamento da equipe de controle vetorial, levantamento dos criadouros, pesquisa de larvárias, triagem com os trabalhadores, e borrificações nos alojamentos.

A empresa garante que tem um rigoroso controle de saúde dos trabalhadores, e que todas as pessoas que têm acesso ao canteiro de obras devem usar botas, capacete e camisas de manga comprida. Além disso, dos R$ 17 milhões que estão sendo investidos na saúde, mais de R$ 5 milhões são destinados exclusivamente ao Plano de Ação para o Controle da Malária.

Rute Bessa lembra que o plano, que prevê ações para os cinco anos de construção das usinas, ainda está no início do desenvolvimento, e o município está trabalhando com os próprios recursos. "Temos uma relação harmônica, de trabalho conjunto, mas sabemos que precisa fazer muito mais para barrar o crescimento da malária no município", afirmou.

O aumento de casos de malária em Porto Velho foi uma preocupação desde o início dos debates sobre a construção das hidrelétricas do Rio Madeira. A região registra números expressivos da doença, devido às suas condições climáticas e geográficas, e a migração de pessoas para trabalhar nas obras, aliada à inundação causada pelos reservatórios, que pode agravar ainda mais a situação.

População nativa segue protestando contra barragens no Vale do Ribeira

Agosto 19th, 2009 mirakatu

http://mirakatu.wordpress.com/2009/08/19/populacao-nativa-segue-protestando-contra-barragens-no-vale-do-ribeira/

Na última 6ª feira, dia 14, cerca de 500 pessoas participaram de uma manifestação no pedágio da Régis Bittencourt na altura do município de Cajati, SP, para alertar a população dos perigos que cercam o Vale do Ribeira.

A Companhia Brasileira de Alumínio, CBA, do Grupo Votorantim, tem interesse em construir uma usina hidrelétrica no Rio Ribeira do Iguape, que corta o vale, para alimentar suas atividades mineradoras. Além disso, outras três usinas estão previstas no mesmo rio. Há, ainda, uma antiga disputa entre as regiões metropolitanas de São Paulo e Curitiba pela água da bacia do Ribeira do Iguape, o que se daria por meio de grandes transposições do recurso.

O Vale do Ribeira foi considerado Patrimônio Natural da Humanidade em 1999 pela Unesco. A região abriga uma importante diversidade biológica e cultural: 21% dos remanescentes de Mata Atlântica estão lá, protegidos ou não por unidades de conservação; além disso, são cerca de 80 comunidades caiçaras, mais de 50 quilombos e 10 aldeias guarani.

Esta população local, apesar da proximidade com grandes centros urbanos, prefere continuar morando no Vale. Há várias gerações que eles obtem o necessário para seu sustento sem destruir ou esgotar os recursos naturais da região. Seus saberes tradicionais, aliados a projetos institucionais de uso sustentável desses recursos, prometem se constituir em mais um exemplo de que uma forma de desenvolvimento não predatória é viável. E tudo isso nas regiões sudeste e sul do país, tidas por muitos como totalmente urbanizadas.

No site do ISA vocês encontrarão um link para a “Campanha contra barranges no Ribeira” que disponibiliza informações históricas e atuais sobre a diversidade sócio-ambiental do Vale. Quem quiser pode consultar também o blog Terra Sim Barragem Não, organizado por alguns movimentos sociais envolvidos na campanha.

domingo, 16 de agosto de 2009

MANIFESTANTES SE REÚNEM EM FRENTE A BUNGE

Sexta-feira, 14 de Agosto de 2009

http://taipanews.blogspot.com/

Vale do Ribeira

Nesta ultima sexta-feira 14/08, concentraram-se em frente a Bunge Fertilizantes S/A em Cajati-SP, cerca de 600 quilombolas, caiçaras, ribeirinhos e representantes de movimentos sociais do Vale do Ribeira. Com uma forma revolucionaria e pacífica integrantes da MOAB, MST, Ribeira Livre, MAB e Intersindical, iniciaram sua manisfestação no Pedágio da Multinacional OHL, na Rodovia Régis Bittencourt, na praça de Cajati.

A jornada NACIONAL DE LUTAS CONTRA A CRISE MUNDIAL, reivindica o fim da exploração humana, cultural e ambiental no Vale do Ribeira. As inumeras denuncias no caso da Bunge, esclarece os serios riscos de vida que os trabalhadores sofrem na exploração do solo e do subsolo da Região. Com a detonação através de dinamites, faz com que a cidade sofra com uma enorme ameaça e desconforto. Em contrapartida, qual tem sido o trabalho da Empresa privatizada do corredor do Mercosul, em manter uma estrada sem buracos e com manutenção preventiva, empregar nem sempre resolve tudo.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Atingidos por barragens bloqueiam rodovia em São Paulo

14 de agosto de 2009

http://www.mst.org.br/node/7919

Nesta sexta-feira (14/08), centenas de pessoas do Vale do Ribeira, integrantes de várias organizações, entre elas o Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB) e a Via Campesina, realizam uma manifestação no pedágio da transnacional OHL, na Rodovia Régis Bittencourt, altura de Cajati (Km 485), estado de São Paulo.

Eles protestam contra a construção das barragens no rio Ribeira do Iguape, que até agora é o único rio de médio porte sem barragens no Estado de São Paulo. A Usina Hidrelétrica de Tijuco Alto é pleiteada pela Companhia Brasileira de Alumínio, empresa do grupo Votorantim. Desde a década de 1980, os ribeirinhos lutam contra sua construção, que destruirá o único lugar que preserva grande parte da Mata Atlântica em São Paulo.

“Estamos lutando contra tudo aquilo que está destruindo o nosso rio, a nossa vegetação. A Votorantim consome cerca de 4% de toda a energia elétrica produzida no país, o que corresponde ao consumo de energia de um estado como Pernambuco, com 8 milhões de habitantes. A energia consumida é utilizada na produção de minérios e celulose, em sua grande maioria voltado para a exportação e nós não deixaremos que nos roubem nossas terras, nossos bens, para o cúmulo de capital dessa empresa”, afirmam as lideranças.

Atingidos por barragens de vários estados do Brasil se mobilizaram nesta semana reivindicando seus direitos e um novo projeto energético para o país. A jornada nacional de lutas reúne trabalhadores de todo o Brasil.

Atingidos por barragens trancam rodovia Régis Bittencourt, em São Paulo

14.08.2009

http://www.mabnacional.org.br/noticias/140809_atividade_sp.html

Hoje (14/08), centenas de pessoas do Vale do Ribeira, integrantes de várias organizações, entre elas o MOAB e a Via Campesina, realizam uma manifestação no pedágio da multinacional OHL, na Rodovia Régis Bittencourt, altura de Cajati (Km 485), estado de São Paulo. Os participantes também planejam realizar uma caminhada pela BR-116.

Eles protestam contra a construção das barragens no rio Ribeira do Iguape, que até agora é o único rio de médio porte sem barragens no estado de São Paulo. A Usina Hidrelétrica de Tijuco Alto é pleiteada pela Companhia Brasileira de Alumínio, empresa do grupo Votorantim. Desde a década de 1980, os ribeirinhos lutam contra sua construção, que destruirá o único lugar que preserva grande parte da mata atlântica no estado de São Paulo.

“Estamos lutando contra tudo aquilo que está destruindo o nosso rio, a nossa vegetação. A Votorantim consome cerca de 4% de toda a energia elétrica produzida no país, o que corresponde ao consumo de energia de um estado como Pernambuco, com 8 milhões de habitantes. A energia consumida é utilizada na produção de minérios e celulose, em sua grande maioria voltado para a exportação e nós não deixaremos que nos roubem nossas terras, nossos bens, para o cúmulo de capital dessa empresa”, afirmam as lideranças.

Atingidos por barragens de vários estados do Brasil se mobilizaram nesta semana reivindicando seus direitos e um novo projeto energético para o país. A jornada nacional de lutas reúne trabalhadores de todo o Brasil.

Contato: (11) 3392 2660

Vale do Ribeira se mobiliza na Jornada Nacional de Lutas

Publicado em Notícias

http://www.raulmarcelo.com.br/portal/2009/08/vale-do-ribeira-se-mobiliza-na-jornada-nacional-de-lutas/

14/08/2009

Cerca de 600 quilombolas, caiçaras, ribeirinhos e representantes de movimentos sociais, entre eles MOAB, MST, Ribeira Livre, MAB e Intersindical, realizaram na manhã desta sexta-feira uma manifestação no pedágio da multinacional OHL, na Rodovia Régis Bittencourt, altura de Cajati (Km 485).

A ação faz parte da Jornada Nacional de Lutas e reivindica o fim da exploração humana, cultural e ambiental no Vale do Ribeira, entre elas a possibilidade da construção da Usina Hidrelétrica de Tijuco Alto pela Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), com apoio do Governo Federal, no Rio Ribeira de Iguape. Os manifestantes também se posicionam contra o monopólio no serviço de transporte da Viação Intersul; a privatização da BR-116; o péssimo serviço da concessionária OHL; a poluição e exploração dos trabalhadores da Bunge em Cajati e a construção de um presídio em Registro.

Segundo nota dos organizadores, “todos estes empreendimentos buscam somente o lucro e deslocam muitos recursos do Vale do Ribeira, não contribuindo para o desenvolvimento de fato para a região. As grandes empresas, responsáveis pela atual crise econômica mundial, têm ameaçado e demitido milhares de trabalhadores na região e em todo o Brasil. Em outras palavras, o trabalhador assalariado está pagando pela crise do sistema capitalista e pela irresponsabilidade de seus investidores”.
Após a manifestação no pedágio, os participantes realizaram uma marcha pela BR-116.

MANIFESTANTES DO VALE DO RIBEIRA SE CONCENTRAM EM PEDÁGIO DE CAJATI

Neste momento (14/08), cerca de 600 quilombolas, caiçaras, ribeirinhos e representantes de outros movimentos sociais do Vale do Ribeira, entre eles MOAB, MST, Ribeira Livre, MAB e Intersindical, realizam de forma pacífica, uma manifestação no pedágio da multinacional OHL, na Rodovia Régis Bittencourt, altura de Cajati (Km 485), estado de São Paulo. Os participantes também planejam realizar uma caminhada pela BR-116.

Os manifestantes participam da Jornada Nacional de Lutas contra a Crise Mundial e reivindicam o fim da exploração humana, cultural e ambiental no Vale do Ribeira, entre elas a possibilidade da construção da Usina Hidrelétrica de Tijuco Alto (da Companhia Brasileira de Alumínio com apoio do Governo Federal) no Rio Ribeira de Iguape, o péssimo serviço de transportes e monopólio da Viação Intersul (sem nenhuma fiscalização), a privatização da BR-116 e o péssimo serviço da OHL, a poluição e exploração dos trabalhadores da Bunge, em Cajati e a construção de um presídio em Registro, neste caso pelo próprio Governo Serra.

Todos estes empreendimentos buscam somente o lucro e deslocam muitos recursos do Vale do Ribeira, não contribuindo para o desenvolvimento de fato para a região. A grande maioria dos poucos empregos que elas fornecem é oferecida para a população de fora do Vale. Além disso, as grandes empresas, responsáveis pela atual crise econômica mundial, têm ameaçado e demitido milhares de trabalhadores na região e em todo o Brasil. Em outras palavras, o trabalhador assalariado está pagando pela crise do sistema capitalista e pela irresponsabilidade de seus investidores.

No caso específico da Bunge, denúncias indicam que os trabalhadores correm sérios riscos de vida na exploração do solo e subsolo da região, detonando-os com dinamite e fazendo a cidade de Cajati sofrer diariamente com esta ameaça e desconforto. Os novos pedágios da Rodovia Régis Bittencourt, além de privatizarem o que deveria ser um serviço federal, não têm cumprido com a sua obrigação de manter a rodovia segura e com manutenção constante, em razão de uma estrada ainda esburacada.

MOVIMENTOS SOCIAIS DO VALE DO RIBEIRA

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Mobilizações dos atingidos por barragens nesta quinta-feira (13/08)

Continua o acampamento na sede da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), em Fortaleza/CE. A ocupação ocorreu ontem (12) com 600 pessoas de três grandes barragens do Ceará, Castanhão, Figueiredo e Aracoiaba. Com o acampamento, os atingidos conseguiram uma audiência com os órgãos do governo (INCRA, DNOCS, Secretaria de Desenvolvimento Agrário e Secretaria de Recursos Hídricos). A audiência iniciou hoje pela manhã, mas foi cancelada pois o MAB só negociaria com a presença do diretor geral do Dnocs, que chegou a tarde, quando a reunião foi retomada. Segundo a coordenação do Movimento, as reivindicações são históricas e nunca foram atendidas. Entre elas estão, cadastro das pessoas sem terra, atingidos e meeiros, acesso à água, cisternas de placa, entre outros.

Iniciou hoje no município de Itapiranga (SC), um encontro com os atingidos pela barragem de Itapiranga que está projetada para o rio Uruguai, na divisa entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os atingidos estão debatendo sobre o setor energético e a situação atual da barragem. A previsão é que amanhã será realizado um ato público na cidade “em defesa da natureza, do povo e pelo desenvolvimento sem barragem”.

Ainda em Itapiranga, ontem os agricultores expulsaram das comunidades seis técnicos que estavam realizando levantamentos para a construção da obra. Eles estavam em duas caminhonetes e se identificaram como funcionários da Desenvix, Ecsa e empresa Legtop. Então foram conduzidos até a prefeitura de Itapiranga onde encaminharam um documento a Brasília manifestando que os agricultores não querem a barragem. Para os representantes do Movimento, “as empresas devem respeitar os interesses da população, não podem invadir as propriedades de agricultores que moram a décadas na região e produzem a riqueza para o país”.

Mais de 200 pessoas participam, hoje e amanhã (13 e 14), do Seminário dos Atingidos pela Mineração, que acontece em Congonhas/MG. O seminário é organizado pelo MAB e demais organizações e tem como objetivo é reunir as famílias prejudicadas pelos projetos de exploração de minério na região, situação agravada com a implantação das siderúrgicas das empresas francesa, Valorec, e japonesa, Sumitomo, em Jeceaba/MG e pela expansão da CSN em Congonhas.

Também na manhã de hoje, os atingidos pelas barragens de Jirau, Santo Antônio e Samuel fizeram uma marcha até a Ceron, distribuidora de energia do Estado. Lá, eles entregaram dezenas de autoclarações exigindo a Tarifa Social de Energia, que toda família que consome até 220 KW/h tem direito a acessar. Os manifestantes estavam acampados desde o dia 10, segunda-feira, ao lado do canteiro de obras da barragem. Eles cobram a solução imediata dos inúmeros problemas que as barragens estão causando e já causaram, como no caso da barragem de Samuel, construída pela Eletronorte durante a década de 80 e que expulsou centenas de famílias de suas terras.

Em Estreito, na divisa entre o Tocantins e o Maranhão, centenas de atingidos estão acampados em frente à Usina Hidrelétrica de Estreito há 23 dias. Eles exigem que as empresas Camargo Corrêa, Alcoa, Vale e a Suez-Tractebel, donas da barragem, reconheçam os pescadores, meeiros e indígenas como atingidos por barragens e solucionem os problemas causados pela obra.

Já no RS, o acampamento que teve início ontem em Pinhal da Serra, hoje foi reforçado com a chegada de dezenas de agricultores de vários municípios da bacia do rio Uruguai. Agora a tarde já somam 1000 agricultores. Um dos objetivos do acampamento é debater sobre os direitos da população e pressionar para o encaminhamento das reivindicações, entre elas o direito à água, luz e tarifa social, defesa, preservação e recuperação do meio ambiente, perdão da dívida aos agricultores até 10 mil reais e crédito especial de R$ 2.500,00 por família para a produção de alimentos. Na manhã de hoje parlamentares de Santa Catarina e Rio Grande do Sul estiveram falando do código ambiental e esclarecendo as dúvidas devido às mudanças previstas para o mesmo. E durante a tarde chegaram prefeitos e vereadores de vários municípios dos dois estados, além de entidades da região.

Em Porto Alegre, cerca de 1000 agricultores do MAB e demais trabalhadores Via Campesina, depois de ocuparem no dia 11 o pátio do ministério da Fazenda e acamparem no Parque Harmonia, na manhã de hoje saíram em marcha rumo a sede do Incra onde fizeram um ato público para reivindicar reforma agrária.

Em Brasília o acampamento nacional continua, dele participam cerca de 200 atingidos por barragens de Tocantins, Goiás e Minas Gerais. Hoje os manifestantes fizeram uma marcha até a sede do Incra Nacional. O MAB reivindica assentamento para filhos de assentados de reassentados.

Setor de Comunicação - MAB

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

MAB se prepara para a jornada de lutas

Na próxima semana, trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade sairão às ruas

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) se prepara para a jornada nacional de lutas, que acontece em todo o país, de 10 a 14 de agosto. Entre os pontos de pauta do Movimento está o debate sobre o modelo energético, os direitos dos atingidos e a crise que assola os trabalhadores.

Em Brasília, participa do acampamento que reunirá, entre 10 e 21 de agosto, mais de 3 mil trabalhadores e trabalhadoras dos movimentos sociais da Via Campesina. O tema central do acampamento é a Reforma Agrária, com o enfoque no debate sobre o assentamento de todas as famílias acampadas, ampliação dos recursos para Reforma Agrária e a revisão dos índices de produtividade. Porém outros temas também perpassam o acampamento, como o debate sobre a soberania energética, a campanha contra o alto preço da energia elétrica e a reivindicação dos direitos dos atingidos por barragens.

“Os atingidos por barragens acampam junto com os sem-terra para reivindicar do governo e das empresas construtoras de usinas os seus direitos. O próprio Lula reconheceu a dívida que o Estado brasileiro tem conosco. Nossa luta é para que esse reconhecimento se transforme em ações concretas para a melhoria das condições de vida e de trabalho do nosso povo”, afirmam os coordenadores do MAB que acompanham a organização do acampamento e que estão em Brasília para mais uma rodada de negociações com o governo federal.

Já na divisa entre o Tocantins e o Maranhão, cerca de 1300 pessoas, estão acampadas em frente à Usina Hidrelétrica de Estreito desde o dia 21 de julho. Hoje (07/08), os manifestantes realizaram uma marcha pela cidade de Estreito/MA, exigindo que as empresas Camargo Corrêa, Alcoa, Vale e a Suez-Tractebel, donas da barragem, reconheçam os pescadores, meeiros e indígenas como atingidos por barragens e solucionem os problemas causados pela obra.

Em Fortaleza/CE, o MAB e a Central dos Movimentos Populares (CMP), entre outros, intensificam na próxima semana, a campanha contra os altos preços da luz. As atividades já iniciaram e o objetivo é denunciar os preços abusivos que a população paga pela conta de energia elétrica, informá-la sobre o seu direito à Tarifa Social de Energia e exigir a reestatização da Coelce, distribuidora de energia do estado.

A campanha contra o alto preço da energia elétrica também acontece em Petrolina/PE. Lá, as organizações também pretendem questionar as grandes obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da região, entre elas a transnordestina, a transposição do rio São Francisco e as grandes barragens. “Pagamos duplamente com essas obras, que além dos enormes impactos sociais e ambientais que trazem, temos a energia elétrica a um preço absurdo”, criticou Juziléia Carvalho do Nascimento, da Rede de Educação Cidadã.

No município de Itapiranga/SC, o Movimento realizará um encontro de estudo sobre o setor energético e a situação atual da barragem de Itapiranga, que culminará em um ato público. Assim como Santo Antônio, Jirau e Estreito, a Barragem de Itapiranga também faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal. Segundo o MAB, essa usina não trará desenvolvimento econômico para o município. Comparando a produção agrícola das comunidades com os retornos de compensação econômica (que é proporcional a área alagada), a conclusão é de que os municípios atingidos teriam um desfalque anual de cerca de 57 milhões de reais.

Também na bacia do rio Uruguai, em Pinhal da Serra/RS acontece o acampamento organizado pela Assembléia Popular, que reunirá atingidos por barragens, movimentos sociais e entidades da região. O acampamento tem como objetivo discutir sobre vários temas relacionados à crise financeira e sobre os prejuízos causados pelas hidrelétricas ao meio ambiente, pequenos agricultores e aos trabalhadores como um todo. “Em junho os movimentos sociais da região organizaram grandes mobilizações em torna da luta da seca e tivemos algumas conquistas, no entanto, devemos continuar mobilizados para garantirmos as vitórias”, disseram as lideranças que organizam o acampamento.

Em Minas Gerais , será realizado o Seminário dos Atingidos pela Mineração, em Congonhas. O objetivo é reunir as famílias prejudicadas pelos projetos de exploração de minério na região, situação agravada com a implantação das siderúrgicas das empresas francesa, Valorec, e japonesa, Sumitomo, em Jeceaba/MG e pela expansão da CSN em Congonhas. As áreas desapropriadas pelo governador do estado e repassadas a essas empresas chega a quase 4 mil hectares e o canteiro de obras, que deverá ocupar 8 mil homens, já deixa seus rastros nas pequenas cidades da região, principalmente em Entre Rios de Minas e São Brás. “Entre Rios teve seu Plano Diretor totalmente manipulado pelas empresas, desenhando o futuro da cidade segundo seus interesses. São Brás enfrenta diversos problemas. O principal deles é que a água da rede pública de abastecimento está sendo ocupada para fazer concreto e seguidamente falta nas residências”, afirmam as lideranças do MAB.

“Nesta jornada de lutas queremos fazer uma análise das conseqüências das hidrelétricas tanto para os atingidos quanto para toda a sociedade. Por outro lado, nesse momento de crise, vamos também avaliar e construir propostas populares para o Brasil, juntamente com todas as demais forças sociais de esquerda”, diz Gilberto Cervinski, da coordenação nacional do MAB. Outras atividades também estão sendo organizadas nos estados.

Setor de Comunicação – MAB

www.mabnacional.org.br

Jornada nacional de luta dos trabalhadores e trabalhadoras!

Não às demissões!
Pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários!
Em defesa dos direitos sociais!

O Brasil vai às ruas no dia 14 de agosto. Os trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade unidos contra a crise e as demissões, por emprego e melhores salários, pela manutenção dos direitos e pela sua ampliação, pela redução das taxas de juros, na luta pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários, pela reforma agrária e urbana e em defesa dos investimentos em políticas sociais.

A crise da especulação e dos monopólios estourou no centro do sistema capitalista mundial, os Estados Unidos da América, e atinge todas as economias. Lá fora - e também no Brasil -, trilhões de dólares estão sendo torrados para cobrir o rombo nas multinacionais, em um poço sem fim. Mesmo assim, o desemprego se alastra, podendo atingir mais de 50 milhões de trabalhadores.

No Brasil, a ação nefasta e oportunista das multinacionais do setor automotivo e de empresas como a Vale do Rio Doce, CSN e Embraer, levou à demissão centenas de milhares de trabalhadores e trabalhadoras.

O Governo Federal, que injetou bilhões de reais na economia para salvar os bancos, as montadoras e as empresas de eletrodomésticos (linha branca), tem a obrigação de exigir a garantia de emprego para a classe trabalhadora como contrapartida à ajuda concedida.

O povo não é o culpado pela crise. Ela é resultado de um sistema que entra em crise periodicamente e transforma o planeta em uma imensa ciranda financeira, com regras ditadas pelo mercado. Diante do fracasso desta lógica excludente, querem que a Classe Trabalhadora pague pela crise.

A precarização, o arrocho salarial e o desemprego prejudicam os mais pobres. Nas favelas e periferias. É preciso cortar drasticamente os juros, reduzir a jornada de trabalho sem reduzir salários, acelerar a reforma agrária e urbana, ampliar as políticas em habitação, saneamento, educação e saúde, e medidas concretas dos governos para impedir as demissões, garantir o emprego e a renda dos trabalhadores.

Com este espírito de unidade e luta, vamos realizar, em todo o país, grandes mobilizações.

NÃO ÀS DEMISSÕES! PELA RATIFICAÇÃO DAS CONVENÇÕES 151 E 158 DA OIT! REDUÇÃO DOS JUROS! FIM DO SUPERÁVIT PRIMÁRIO! REDUÇÃO DA JORNADA SEM REDUÇÃO DE SALÁRIOS E DIREITOS! REFORMA AGRÁRIA E URBANA, JÁ! FIM DO FATOR PREVIDENCIÁRIO!
EM DEFESA DA PETROBRÁS E DAS RIQUEZAS DO PRÉ-SAL! POR SAÚDE, EDUCAÇÃO E MORADIA!
POR UMA LEGISLAÇÃO QUE PROÍBA AS DEMISSÕES EM MASSA!
PELA CONTINUIDADE DA VALORIZAÇÃO DO SALÁRIO-MÍNIMO
E PELA SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL AOS POVOS!

Organizadores:
CGTB, CTB, CUT, FORÇA SINDICAL, NCST, UGT, INTERSINDICAL, ASSEMBLÉIA POPULAR, CEBRAPAZ, CMB, CMP, CMS, CONAM, FDIM, MARCHA MUNDIAL DAS MULHERES, MST, MAB, MTL, MTST, MTD, OCLAE, UBES, UBM, UNE, UNEGRO/CONEN, VIA CAMPESINA, CNTE, CIRCULO PALMARINO.

Atividades dos atingidos por barragens na jornada nacional de lutas

Atingidos por barragens marcham por direitos em Estreito/MA

Acampamento está organizado há 16 dias em frente às obras da usina

Cerca de 1500 pessoas, acampadas em frente à Usina Hidrelétrica de Estreito desde o dia 21 de julho, preparam uma marcha para hoje (06 de agosto) na cidade de Estreito/MA. Elas exigem que as empresas Camargo Corrêa, Alcoa, Vale e a Suez-Tractebel, donas da barragem, reconheçam os pescadores, meeiros e indígenas como atingidos por barragens e solucionem os problemas causados pela obra. “O próprio presidente Lula reconheceu a dívida que o Estado brasileiro tem com os atingidos. Nosso acampamento e a marcha são para que esse reconhecimento se transforme em ações concretas para a melhoria das condições de vida e de trabalho do nosso povo”, afirmam as lideranças do MAB da região.

Segundo levantamento do Movimento, a usina vai atingir cerca de 5 mil famílias, em 12 municípios. No entanto, para as empresas são apenas 2 mil pessoas atingidas, já que o consórcio pretende indenizar apenas aquelas que são proprietárias de terras, não reconhecendo as que têm profissões ligadas ao rio como os pescadores, barraqueiros e quebradeiras de côco, entre outros. Além disso, os indígenas que estão à margem do rio não foram incluídos nos estudos de impacto e sequer são mencionados como atingidos pela obra.

Entre outros pontos, os atingidos reivindicam a definição dos parques aquícolas para criação de peixe em tanques redes, a construção de um atracadouro com infra-estrutura para processamento e armazenamento dos peixes, definição coletiva dos critérios gerais para as indenizações, a abertura dos laudos de avaliação e fornecimento dos mesmos às famílias, esclarecendo os critérios utilizados e atualização dos laudos realizados, pois os mesmos foram realizados em 2004;

“A barragem de Estreito é o exemplo do que não pode acontecer com um rio, com as pessoas e com o meio ambiente. Essas empresas simbolizam a ganância dos capitalistas sobre os nossos recursos naturais, além disso elas negam nossos direitos, e com recursos do BNDES, estão transformando o rio Tocantins num imenso lago”, disse um dos coordenadores do acampamento. Estreito é a sétima usina hidrelétrica no Rio Tocantins, para o qual estão previstas pelo menos outras três.

Em 2007, artistas do Movimento Humanos Direitos gravaram um vídeo posicionando-se contra a barragem e pelo respeito à população atingida (http://www.youtube.com/watch?gl=BR&v=OKEQz6JJs04). A atriz Bete Mendez falou da gravidade que o mundo sofre hoje por obras de grande porte como a barragem de Estreito. “Essas obras não respeitam o chamado impacto ambiental, que pressupõe as pessoas que vivem na área, isso é um crime ambiental”, disse ela.

Violação aos direitos humanos em Estreito

A Suez Tractebel, acionista majoritária do consórcio, é tida como uma das piores empresas do setor elétrico no tratamento das populações atingidas. Dona da barragem de Cana Brava, em Goiás, a empresa também negou o direito de milhares de família e na época não houve um processo de informação com as populações locais. Todos os levantamentos realizados pela Tractebel foram feitos sem o conhecimento e participação da população atingida.

Em Estreito, as obras da usina iniciaram em abril de 2007. Neste mesmo mês a justiça federal paralisou as obras por considerar “insatisfatórios” o Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente que devem subsidiar o licenciamento, feito pelo Ibama. E avalia a ausência de estudos sobre as conseqüências da obra como “gravíssimas”. A decisão foi cassada três meses depois.

Hoje a empresa continua negando-se a reconhecer os indígenas como atingidos pela obra. A empresa também é responsável pela violação do direito à informação da população, que não sabe se serão desalojados ou não, quais são seus direitos e em quanto tempo terão ou não, que abandonar suas terras.

Atingidos organizam-se contra a barragem de Itapiranga

Nos dias 13 e 14 de agosto, no município de Itapiranga (SC), o MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) realizará um encontro de estudo sobre o setor energético e a situação atual da barragem de Itapiranga que culminará no ato público “em defesa da natureza, do povo e pelo desenvolvimento sem barragem”.

A Barragem de Itapiranga faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal e está em fase de estudos. Está prevista para ser localizada no Rio Uruguai, entre os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A área alagada será de 2800 hectares, atingindo sete municípios da região.

Segundo o MAB, a barragem não trará desenvolvimento econômico para o município. Comparando a produção agrícola das comunidades com os retornos de compensação econômica (que é proporcional a área alagada), a conclusão é de que os municípios atingidos teriam um desfalque anual de cerca de 57 milhões de reais. O MAB argumenta ainda que a obra deve gerar poucos empregos, já que os operários costumam vir de fora do município, junto com as empreiteiras.

Além disso, o MAB lembra os impactos socias e ambientais causados pelas contrução de barragens no Brasil. “São milhares de hectares de terras agricultáveis e de vegetação inundados, além do aumento da pobreza nas periferias das grandes cidades, que recebem os agricultores atingidos pelas barragens. Nós não podemos deixar que isso continue acontecendo”, afirmam as lideranças.

Programação:

Dia 13 de agosto

Estudo sobre Setor Energético e situação atual da barragem de Itapiranga. (Início às 13:30 horas)

Dia 14 de agosto

Desafios e perspectivas novo modelo de produção de energia e desenvolvimento sem barragem

ATO PÚBLICO: Com início às 13h, em frente a Igreja Matriz.

MAB participa do Acampamento Nacional dos trabalhadores em Brasília


O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) participa do acampamento que reunirá, entre 10 e 21 de agosto, mais de 3 mil trabalhadores e trabalhadoras dos movimentos sociais da Via Campesina, que se unirão na luta pela Reforma Agrária, na formação nos temas ligados à conjuntura e no diálogo com a sociedade.

O tema central da atividade é a Reforma Agrária, com o enfoque no debate sobre o assentamento de todas as famílias acampadas, o descontigenciamento e ampliação dos recursos para Reforma Agrária e a revisão dos índices de produtividade. Porém outros temas também perpassam o acampamento, como o debate sobre a soberania energética, a campanha contra o alto preço da energia elétrica e a reivindicação dos direitos dos atingidos por barragens.

“Os atingidos por barragens acampam junto com os sem-terra para reivindicar do governo e das empresas construtoras de usinas os seus direitos. O próprio Lula reconheceu a dívida que o Estado brasileiro tem conosco. Nossa luta é para que esse reconhecimento se transforme em ações concretas para a melhoria das condições de vida e de trabalho do nosso povo”, afirmam os coordenadores do MAB que acompanham a organização do acampamento e que estão em Brasília para mais uma rodada de negociações com o governo federal. As lideranças também participam do lançamento do Acampamento Nacional, que acontece nesta quarta-feira (5/8), no Centro Cultural de Brasília, às 19h.

Em Minas Gerais, exploração de minério é tema de debate em seminário

O Movimento dos Atingidos por Barragens e organizações parceiras irão realizar o Seminário dos Atingidos pela Mineração, nos dias 13 e 14 de agosto, em Congonhas/MG. O objetivo é reunir as famílias prejudicadas pelos projetos de exploração de minério na região, situação agravada com a implantação das siderúrgicas das empresas francesa, Valorec, e japonesa, Sumitomo, em Jeceaba/MG e pela expansão da CSN em Congonhas.

As áreas desapropriadas pelo governador do estado e repassadas a essas empresas chega a quase 4 mil hectares e o canteiro de obras, que deverá ocupar 8 mil homens, já deixa seus rastros nas pequenas cidades da região, principalmente em Entre Rios de Minas e São Brás. “Entre Rios teve seu Plano Diretor totalmente manipulado pelas empresas, desenhando o futuro da cidade segundo seus interesses. São Brás enfrenta diversos problemas. O principal deles é que a água da rede pública de abastecimento está sendo ocupada para fazer concreto e seguidamente falta nas residências”, afirmam as lideranças do MAB.

Em Congonhas, o impacto da mineração da CSN sobre a população é lastimável, principalmente nos bairros Casa de Pedra, afetado pela poeira, e Plataforma, afetado pelo barulho e pela área de risco de barragem de rejeito. “Com a sua expansão, a CSN riscará do mapa alguns povoados, entre eles Santa Quitéria. Assim como no caso da construção das barragens, as empresas da mineração desabrigam famílias, destroem comunidades, poluem o meio ambiente, entre outras desgraças. Com este seminário queremos discutir a organização das famílias atingidas por estes projetos”, afirma Flávia Pereira , do MAB.

A atividade faz parte da Jornada Nacional de luta dos trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade que acontecerá de 10 a 14 de agosto em todo Brasil. O MAB prepara atividades em diversos estados e participa do Acampamento Nacional, em Brasília.

No Ceará, Assembléia Popular se prepara para as lutas contra preço da energia elétrica

Nos dias 28 e 29 de julho, em Fortaleza, a Assembléia Popular - Ceará realizou um encontro de preparação para os trabalhos de base da campanha contra os abusivos aumentos de energia. Os movimentos que fazem parte da Assembléia Popular (AP) e fizeram parte da atividade foram: Movimentos dos Atingidos por Barragens, Movimentos dos Sem Terra, Central de Movimentos Populares, Intersindical, Pastoral da Juventude, Pastoral da Juventude do Meio Popular, Pastoral Operária do Ceará, Movimentos dos Conselhos Populares e Movimentos Estudantis (UECE e UFC).

No primeiro dia, Cineide Almeida, da CMP, e Maria de Jesus, do MST, fizeram uma explanação sobre a crise e a importância dos movimentos estarem inseridos na campanha contra os altos preços da energia elétrica. Ao fazer o debate sobre a situação brasileira diante da crise, Maria de Jesus ressaltou: “Compreendemos que as políticas compensatórias do Governo melhoraram a vida do povo, mas a bolsa família não é solução para a classe trabalhadora.” Ela também criticou os subsídios públicos aos grandes empresários dizendo que o BNDES banca 100% do investimento das transnacionais com o dinheiro do povo.

Josivaldo Alves de Oliveira, militante do MAB, pontuou a importância da unificação dos movimentos para a pauta contra o alto preço da energia. Ele esclareceu com dados concretos os motivos dos aumentos abusivos da conta de luz, fundamentou porque se deve exigir a reestatização da Coelce, a distribuidora de energia do estado, e trouxe o exemplo de trabalho de base realizado em Rondônia.

A campanha contra os altos preços da luz faz parte da jornada nacional de luta dos trabalhadores e trabalhadoras, que acontece de 10 a 14 de agosto em todo o país. Em fortaleza serão realizadas atividades em diversos bairros e nas portas de fábricas e os movimentos sociais convidam a todos a participar.

Acampamento debate direitos sociais e mobilização popular na bacia do rio Uruguai

A atividade faz parte da jornada nacional de luta dos trabalhadores e trabalhadoras

De 12 a 14 de agosto acontece em Pinhal da Serra/RS, a Assembléia Popular da Bacia do Rio Uruguai, que reunirá atingidos por barragens, movimentos sociais e entidades da região. A atividade está sendo organizada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e pela Via Campesina que convidam também entidades, parlamentares, prefeituras e demais organizações da região para participarem do evento.

O acampamento tem como objetivo discutir e encaminhar a pauta de reinvidicações dos municípios de SC e RS referentes às demandas dos trabalhadores e trabalhadoras quanto aos direitos e às melhorias de condições de vida e de trabalho. “Em junho os movimentos sociais da região organizaram grandes mobilizações em torna da luta da seca e tivemos algumas conquistas, no entanto, devemos continuar mobilizados para garantirmos as vitórias”, disseram as lideranças do MAB que organizam o acampamento.

A atividade faz parte da Jornada Nacional de luta dos trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade que acontecerá de 10 a 14 de agosto em todo Brasil. Os organizadores esperam a participação de cerca de 1000 pessoas no acampamento.


Setor de Comunicação – MAB

www.mabnacional.org.br


sábado, 1 de agosto de 2009

Atingido por Barragem é assassinado em Aroeira - PB

Na noite de ontem (29/07) o trabalhador rural do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB) da Paraíba, conhecido como Joãzinho, irmão de uma das líderanças do movimento, foi assassinado com tiros pelas costas. A emboscada foi montada próximo a sua residência em Pedro Velho, um dos três reaasentamentos onde estão alojadas 470 famílias atingidas pela construção da barragem de Acauã.

Militantes do MAB já vinham denunciando há algumas semanas o crescente clima de tensão na região, causado por ameaças de morte aos integrantes do movimento. Na semana anterior um rapaz que passava de moto próximo a um dos reassentamentos, em Itatuba, foi atingido com um tiro pelas costas, o que, de acordo com os dirigentes do movimento pode ter relação com as ameaças.

Atingidos por barragem lutam por terra

Após violento despejo (4/05), 120 famílias atingidas pela barragem de Acauã, montaram acampamento em terreno público, pertencente a prefeitura de Itatuba, próximo a fazenda Mascadi, onde ficaram acampadas durante dois meses aguardando vistoria do INCRA.

As famílias ficaram muito assustadas após as cenas de violência que viveram no despejo, realizado por 100 policiais militares e alguns jagunços da fazenda que aproveitaram a situação e atearam fogo em lonas e colchões dos acampados. Mesmo com a repressão, as familias se mantiveram organizadas e o acampamento a cada dia recebia mais e mais atingidos.

Há aproximadamente uma semana se iniciaram ameaças de morte a lideranças do acampamento, avisando que caso eles insistissem em permanecer no local assassinariam a eles e suas familias.

Desde então o clima de terror se alastrou na comunidade de Melancia (agrovila próxima ao acampamento) no município de Itatuba. Essa é mais uma página de uma longa de história de injustitas, vivida por essas familias atingidas.

Seis anos de injustiça e de luta

Há seis anos, 800 famílias paraibanas vivem difícil saga após a construção da barragem de Acauã. Todas viviam da agricultura, mas tiveram de deixar suas terras para a instalação da barragem. Desde então essas famílias nunca mais puderam recuperar sua antiga situação social, vivendo hoje em agrovilas, sem terra para cultivar e em pequenas casas de placa.

Foram muitas lutas travadas nesses seis anos, por indenizações justas, por reassentamento, por estruturas dignas de moradia, por escolas, posto de saúde e outros serviços sociais, como também por transporte e vias de acesso as comunidades.

Antes e depois da barragem

Antes da construção da barragem, as populações das comunidades atingidas viviam em áreas rurais, possuindo modo de vida compatível com o local de moradia e trabalho. Havia pesca de subsistência e, mesmo em condições humildes, os moradores possuíam uma vida digna, com habitações adequadas ao número de membros de cada família, acesso à água, alimentação adequada, garantida pelo trabalho que desempenhavam nas pequenas lavouras e pequenas criações, lazer, vida religiosa e social, escolas e postos de saúde, etc, além da possibilidade de negociar a produção nas comunidades vizinhas.

Depois da barragem, não foram garantidos aos atingidos os meios de vida que possuíam antes de serem desalojados de suas propriedades. Eles foram obrigados a mudar seu modo de vida: saíram de uma vida tradicionalmente rural para um meio “urbano” (sem que tenha a estrutura de uma aglomeração urbana). Não há terras agricultáveis, nem terrenos que permitam a criação de animais.

A degradação social e econômica elevou o número de casos de alcoolismo, além de aumentar os episódios de violência. As crianças não estudam, ou estudam sob péssimas condições. O esgoto corre a céu aberto. Muitos moradores não têm registro civil. Nenhum assentado possui documentação relativa à propriedade do imóvel que recebeu e em que reside. As comunidades são praticamente inacessíveis ou têm acesso muito difícil. Nenhuma é servida por transporte público regular. Nenhuma possui ambulância. Apenas alguns moradores são beneficiados por programas sociais do governo federal, sendo que os municípios não utilizam todos os benefícios previstos para serem concedidos às suas populações. As comunidades não recebem informações acerca desses programas, não sabendo como pleiteá-los. Muitos não têm acesso aos mesmos por não possuírem documentos de identidade.

A Barragem de Acauã foi concluída em 2002 e está localizada no Rio Paraíba, entre os municípios de Aroeiras, Itatuba e Natuba. Ela ocupa uma área de 1.725 hectares e causou o deslocamento de 4,5 mil pessoas (cerca de 800 famílias) que tiravam seu sustento do rio. Os povoados foram completamente inundados.

O Ministério Público Federal na Paraíba pede, por liminar, que a Justiça Federal mande o estado pagar uma remuneração mensal de um salário mínimo às famílias atingidas pela barragem, até que seja constatado que estejam construídas estruturas de produção que assegurem trabalho e renda à comunidade. Para o MPF, a remoção das comunidades desestruturou a economia das famílias, que ficaram sem uma atividade produtiva, além de terem sido encaminhadas para conjuntos habitacionais sem serviços e atividades essenciais.

Contra a criminalização dos Movimentos Sociais!

Exigimos imediata apuração e punição dos responsáveis pelo assassinato atingido Joãozinho em Pedro Velho!

Exigimos o fim das ameaças e violência em Itatuba, e punição dos agressores!

Exigimos reassentamento imediato das famílias atingidas!

Exigimos revisão das idenizações!

Movimento dos Atingidos por Barragens-PB

Comitê contra a Criminalização dos Movimentos Sociais