quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Reunião do Comitê de Defesa do Rio Ribeira e Contra as Barragens

TERRA SIM! BARRAGEM NÃO!

Nosso planeta vem sofrendo sérias alterações ambientais, entre elas as mudanças climáticas, o desmatamento, a poluição das águas e do ar, que nos colocam em situações de risco. Essas transformações geralmente são causadas por grandes corporações que vendem a idéia do progresso, onde na verdade, o que está em jogo são seus lucros milionários em detrimento à saúde e a qualidade de vida da população.

Um exemplo clássico do que estamos falando pode ser exemplificado pela ameaça de construções de barragens no rio Ribeira de Iguape pelo grupo Votorantin, através da C.B.A/Companhia Brasileira de Alumínio, que pretende construir quatro barragens para gerar de energia apenas para aumentar seus lucros com a exportação do alumínio.

A primeira barragem, a UHE de Tijuco-Alto, em fase de licenciamento ambiental, se for construída trará conseqüências irreversíveis para a região do Vale do Ribeira, entre elas destacamos:

* Contaminação das águas por metais pesados, em especial o chumbo, devido o alagamento de áreas utilizadas para a exploração do minério;

* Desmatamento da Mata Atlântica, sendo o Vale do Ribeira a região que abriga o último remanescente de área contínua desse ambiente seriamente ameaçado;

* Diminuição da pesca e de postos de trabalho, a barragem trará alterações de vazão e salinidade na água, causando a diminuição da pesca, em especial a da manjuba, afetando mais de 2000 famílias que dependem do pescado, sendo que o empreendedor oferece para os quatro anos de construção cerca de 1700 postos de trabalho, depois de pronta opera apenas com 40;

* Problemas sociais e culturais, a região abriga diversas comunidades tradicionais quilombolas, indígenas, caiçaras e ribeirinhas, que dependem do rio para manterem seu modo de vida;

* Conseqüências estruturais e de saúde pública, principalmente em relação ao saneamento básico e à poluição das águas, etc.

Essa luta já dura vinte anos e no último período vem se intensificando, havendo manifestações de ruas como a caminhada na BR 116 com cerca de 2.500 pessoas, a ocupação do Ibama e da própria Votorantin, e as audiências públicas.

O deputado estadual Raul Marcelo (PSOL-SP), junto aos movimentos sociais da região, apresentou o Projeto de Lei 394/07, que torna o rio Ribeira de Iguape patrimônio histórico, cultural e ambiental do estado, sendo aprovado pela Assembléia Legislativa e vetado pelo governador José Serra, numa evidente manobra para permitir a implantação das barragens. A luta no campo político continuou através da aprovação da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados do Projeto de Lei 3436/08, do deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP). O projeto de Ivan Valente espelhou-se no PL 394/07 e caso seja aprovado por outras comissões e posteriormente pelo senado, proibirá a execução de obras e intervenções que afetem o meio ambiente da região do Vale do Ribeira.

A população aponta para caminhos onde o desenvolvimento está associado à preservação ambiental e a cultura local, como o aprimoramento das técnicas agroecológicas, a ampliação das Resex (Reservas extrativistas) e RDS (Reservas de Desenvolvimento Sustentável), os assentamentos da reforma agrária, a valorização do artesanato local, o investimento no turismo religioso, histórico, ecológico, de aventuras, e de base comunitária.

O rio Ribeira de Iguape é o último grande rio do estado de São Paulo que tem seu curso livre de barragens. Sua população é contra o empreendimento e vários movimentos sociais estão na luta, como o MOAB, o MAB, o Coletivo Educador do Lagamar, o Coletivo Jovem Caiçara, a Intersindical, o MST, entre outros, e vários comitês de apoio já foram formados pelo estado de São Paulo, na capital, em Sorocaba, Campinas e Baixada Santista, junte-se à causa.

Reunião do Comitê de Defesa do Rio Ribeira e Contra as Barragens.

Data/horas: 07/02/09 – 15:00h.

Local: Sintrajud – Rua Prost de Souza nº 35 – Santos.

ribeiralivre@gmail.com

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