quarta-feira, 30 de julho de 2008

O Cordel denuncia: já aconteceu em outras paragens...

Erivaldo da Silva Santos (Peruca)

"...

Porque as grandes barragens

Causam um enorme problema,

Pois os peixes ficam presos,

Na época da piracema,

Por isso é que estão minguando,

E eu sigo denunciando

Nas linhas deste poema.


Hoje os peixes são escassos,

Água pura já não tem,

As industrias poluindo,

Os agrotóxicos também

Vão envenenando as águas,

Aumentando as minhas mágoas

Ante tamanho desdém.


O IBAMA fecha os olhos

À cruel devastação,

As nossas matas frondosas

Estão virando carvão,

Enquanto tudo desaba

O eito do rio se acaba

Sem a mínima proteção.


Pois as matas ciliares

Estão sendo destruídas,

A mineração também

Espalha torpes feridas

Com descargas de mercúrio

Trazendo sinistro augúrio,

Ceifando silvestres vidas.


Quanto mais as águas baixam

Mais aumenta esse meu tédio,

Acabando os nossos peixes,

O pequeno, o grande, o médio,

Se não mudarem os planos,

Creio que em poucos anos,

Surubim nem “pra remédio”.


Quero o fim do latifúndio,

Com seus capangas cruéis,

Que atuam na surdina

A mando dos coronéis,

Expulsando os ribeirnhos,

Semeando mais espinhos

Onde só havia vergéis.


Que as áreas quilombolas

Tenham reconhecimento,

Que chegue logo o fim

Do grande padecimento

E que o sangue inocente

Agora seja semente

Do fecundo nascimento.

..."


Em

São Francisco, a Saga de um Rio

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