"...
Porque as grandes barragens
Causam um enorme problema,
Pois os peixes ficam presos,
Na época da piracema,
Por isso é que estão minguando,
E eu sigo denunciando
Nas linhas deste poema.
Hoje os peixes são escassos,
Água pura já não tem,
As industrias poluindo,
Os agrotóxicos também
Vão envenenando as águas,
Aumentando as minhas mágoas
Ante tamanho desdém.
O IBAMA fecha os olhos
À cruel devastação,
As nossas matas frondosas
Estão virando carvão,
Enquanto tudo desaba
O eito do rio se acaba
Sem a mínima proteção.
Pois as matas ciliares
Estão sendo destruídas,
A mineração também
Espalha torpes feridas
Com descargas de mercúrio
Trazendo sinistro augúrio,
Ceifando silvestres vidas.
Quanto mais as águas baixam
Mais aumenta esse meu tédio,
Acabando os nossos peixes,
O pequeno, o grande, o médio,
Se não mudarem os planos,
Creio que em poucos anos,
Surubim nem “pra remédio”.
Quero o fim do latifúndio,
Com seus capangas cruéis,
Que atuam na surdina
A mando dos coronéis,
Expulsando os ribeirnhos,
Semeando mais espinhos
Onde só havia vergéis.
Que as áreas quilombolas
Tenham reconhecimento,
Que chegue logo o fim
Do grande padecimento
E que o sangue inocente
Agora seja semente
Do fecundo nascimento.
..."
Em
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