Seguem algumas notícias dos diversos atos que rolaram nessa seman do 14 de março. Muito mais informações: http://www.mabnacional.org.br/
Polícia Federal prende bolivianos que participavam de acampamento em Porto Velho/RO
As prisões acontecem depois da visita do presidente Lula ao estado, no dia de ontem
Hoje ao meio dia, durante a manifestação dos atingidos pelas barragens do rio Madeira em frente à sede do Incra, na cidade de Porto Velho, a Policia Federal de Rondônia prendeu quatro militantes de movimentos sociais e indígenas bolivianos, ligados à Federação Campesina de Pando, que estavam participando do acampamento montado na última quarta-feira.
Estão presos e na iminência de deportação Manuel Lima, Doris Domiguez, Isaias Ferreyra e Jean Dominguez. Lideranças do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e apoiadores estão em contato com a organização dos camponeses e indígenas bolivianos para que a chancelaria daquele país intervenha impedindo esse arbítrio, já que os quatro manifestantes têm permissão para ficar no Brasil por quinze dias.
Além da truculência da polícia federal na ação de hoje, o Movimento dos Atingidos por Barragens denuncia que a construção das barragens do Rio Madeira irá atingir terras bolivianas e a população daquele país sequer foi consultada pelas empresas donas das obras. Em reunião na Guatemala, em setembro do ano passado, o Tribunal Latinoamericano da Água recomendou que o governo brasileiro considere os impactos das duas usinas do Madeira em território boliviano, no entanto, até agora nenhum contato foi feito com os principais interessados, os atingidos pelas obras.
As organizações de campesinos e indígenas da Bolívia são parceiras do MAB nas propostas conjuntas de ação e tratamento aos ribeirinhos e já participaram de várias atividades no Brasil. “Contra a efetiva integração dos povos, o estado responde com a repressão, articulado com o capital. Depois de uma ação orquestrada da polícia militar prendendo camponeses no Rio Grande do Sul, agora as vítimas dessa ditadura somos nós e nossos companheiros bolivianos”, desabafam lideranças do MAB de Rondônia.
Libertados os camponeses presos no norte do RS
Depois de mais de um dia presos, ontem à noite (12) foram libertados os camponeses que fizeram uma manifestação pacífica em uma agência do Banco do Brasil, na última quarta-feira, em Erechim, norte do Rio Grande do Sul.
Na ocasião, chamamos a atenção sobre a situação de abandono dos agricultores que, entre outros problemas, sofrem com a estiagem. Além disso, pressionamos os governos federal e estadual para que apontassem avanços nas reivindicações apresentadas desde que perdemos quase toda a produção pela forte seca que assolou a região.
Pela omissão dos governos estadual e federal, os camponeses saem às ruas para lutar por garantias de vida, trabalho, educação, entre outros. Queremos continuar sendo agricultores e produzindo alimento sadio para a população, no entanto o estado não nos dá condições e nos reprime quando nos manifestamos.
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) repudia toda a ação do aparato estatal gaúcho que nos últimos meses tem reprimido as ações de protesto dos Movimentos Sociais, criminalizado suas lideranças e negado o acesso à educação com o fechamento das escolas itinerantes dos acampamentos do MST. Com estas ações o MAB teme que o atual Governo do Estado avance nas ações ilegais de criminalização, tais como aconteciam no período da ditadura, e alerta a sociedade em geral para isso.
O Movimento dos Atingidos por Barragens e os demais movimentos da Via Campesina agradecem a todos os militantes, as organizações, a Igreja e entidades que se envolveram direta e indiretamente no apoio e solidariedade aos camponesses e com a pressão junto às autoridades para que eles fossem libertados.
Não à repressão!
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