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Educação & Comportamento
Projeto de usina leva sedentarismo a quilombolas, diz pesquisadora
Por Marcos Ritel
17/04/2008
http://www.usp.br/aun/_reeng/materia.php?cod_materia=0704530
São Paulo (AUN - USP) - Obesidade e hipertensão, duas doenças tipicamente urbanas, já são realidade nas comunidades quilombolas isoladas no Vale do Ribeira. Resultado de alterações no ritmo de vida desses povos, esse quadro pode se ampliar devido ao impacto da construção da Usina Hidrelétrica de Tijuco Alto na região, pela Companhia Brasileira de Alumínio (CBA).
Segundo a pesquisadora Regina Célia Mingroni, do Instituto de Biociências da USP, o aumento do nível do rio Ribeira do Iguape, onde a companhia pretende erguer a barragem, diminuiria a área destinada à lavoura, principal atividade da comunidade quilombola. “Com menos práticas de agricultura, as comunidades começam a ser afetadas pelo sedentarismo e a apresentar doenças incompatíveis com o modo de vida que elas levavam”.
A diminuição dos terrenos, porém, não é um problema novo: a construção da usina apenas agravaria um problema já existente devido às reservas ambientais que cercam as comunidades. “Eles trabalham com a técnica do rodízio, que é uma cultura de baixa produtividade e que precisa de uma extensão grande de terra. A diminuição da área de plantação muda todo o modo de vida”. Para ela, a população vai buscar nos supermercados o que não pode obter da terra. “A vocação agrícola acaba sendo modificada nesse processo".
O projeto de construção da usina, que já dura 20 anos, busca gerar energia para as fábricas da CBA na cidade de Alumínio. Este ano, recebeu parecer positivo do Ibama e aguarda outras duas licenças ambientais para dar início às obras. Em um ano em que se chegou a falar em apagão do setor elétrico, o Ibama concluiu que os pontos positivos da obra superam os negativos, mas os críticos apontam que a única beneficiária do empreendimento seria a empresa do grupo Votorantim.
De acordo com Regina, as promessa de realocamento das famílias e investimentos socioambientais de cerca de R$ 100 milhões, feita pela CBA, não diminuem o tamanho dos impactos. “Existem nessas terras quilombolas um sistema de posse coletiva da terra. Esses povos são aparentados entre si e a agricultura é feita coletivamente. Não se pode romper o laço entre as famílias sem que se tenha prejuízo”. Ela afirma que essas famílias não seriam beneficiadas com os empregos gerados pelas obras e questiona se a construção da usina realmente traria desenvolvimento para a região.
Um comentário:
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